terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cresce número de consumidores da droga da força

Pressões sociais, mídia e facilidades na comprar dos anabolizantes acabam levando jovens que tem esperança de obter um corpo musculoso a consumiram cada vez mais esses tipos de substâncias. Muitas vezes acabam esforços e sacrificando a própria saúde ou mesmo a vida para se conseguir tal objetivo.

Cansado de passarem horas malhando e o resultado não ser satisfatório, ou demorar muito tempo, recorrem a métodos que aceleram o ganho da massa muscular. Assim, acabam fazendo uso de anabolizantes. Drogas capazes de aumentar em até cinco vezes o ganho de massa, em um curto período de tempo. Tornou-se tão freqüente o uso dessa substância que técnicos e atletas profissionais defendem o seu uso publicamente. “Hoje em dia 95% dos caras musculosos que se vê por ai são bombas, ou seja, usaram algum tipo de anabolizantes. Não condeno o uso, desde que, se tenha um acompanhamento adequado,” Relatou Cley Chavier, instrutor de academia formado em Educação Física.

Pressões sócias que cultuam a estética, a mídia com seus modelos padrões de beleza, onde homens e mulheres com corpos bem torneados e definidos são mais valorizados, acabam que incentivando aos jovens a buscarem também ter um corpo com esses padrões. Assim, aqueles que geneticamente não têm esse padrão de corpo tentam a qualquer custo adquiri-lo. E não vendo outros métodos se não o uso de anabolizantes. Onde para o instrutor de academia Clay a mídia é a principal responsável pelo aumento no consumo dessa droga.

A facilidade que se tem para conseguir comprar essas substâncias também se torna um fator que acaba contribuindo para o aumento no consumo dessas drogas, mesmo sendo hoje em dia adquirir esse tipo de droga é muito fácil. Além do mercado negro e a compra pela internet tem o mercado negro e muitas farmácias acabam burlando a lei e vendem esses tipos de produtos sem receitas médicas. “Comprar esses produtos é mais fácil do que comprar algum tipo de remédio pra diabetes, por exemplo. Ainda por cima que tem as academias que vende, ou indicam com quem se pode adquirir, basta apenas querer”. Explica Clay Chavier.

Não da pra se ter um dado preciso sobre a quantidade de pessoas que usam ou usaram esses tipos de drogas. Pois quem usa não assume, e sempre falam que se alimentam bem e malham há muito tempo. “Dificilmente você ira encontrar alguém que admita que toma esse tipo de substância. Muitos ficam com vergonha de tirarem piadinhas com ele e coisa do tipo.” Explica Bruno Souza, aluno de musculação.

Antônio Silva é um dos poucos que se habilita a assumir que já utilizou anabolizante. “Eu tomei porque um amigo meu tomou deu certo com ele e começou a chamar atenção das mulheres, ai mim indicou um cara que vendia foi lá comprei e tomei.” Ressalta Antônio.

Efeitos Colaterais

Os danos físicos do uso indiscriminado de anabolizantes são diversos. Vão desde mudanças no comportamento até o enfarte. Aumenta a agressividade, causando casos de violência, protagonizados por jovens musculosos, os chamados pit boys, são cada vez mais freqüentes em festas e shows. Alguns não satisfeitos com a dosagem para humanos acabam por ingerir anabolizantes para animais. A mais comum é a DECA, para cavalo.

Muitas vezes o organismo não está preparado para essa super dosagem e as pessoas podem acabar morrendo. Os esteróides anabolizantes produzem efeitos anabólicos (aumento do tamanho e força muscular) e androgênicos (ligados a hormônios responsáveis pelas características masculinas). “As pessoas que fazem uso desse tipo de droga correm o risco do uso inadequado, mas mesmo assim, correm o esse risco para obter o tão desejado corpo cultuado pela mídia,” conclui Clay Chavier.

Alguns dos efeitos colaterais do uso inadequado de anabolizantes

- Coração: pressão alta, aumento colesterol, o tamanho do coração, grandes riscos de doenças cardíacas, derrame e morte.
- Estômago: sensação de inchaço no estômago, náuseas e vômitos com sangue.
- Fígado: hepatite, tumores no fígado, câncer e colapso total do órgão;
-Órgãos genitais femininos: mudanças no ciclo menstrual, dano permanente ao sistema reprodutivo e infertilidade.
- Rins: doenças renais, pedra nos rins e câncer.
Fonte: Folheto da Secretária Especial de Prevenção à Dependência Química, da Prefeitura de São Paulo.

Iara Costa

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